terça-feira, 18 de maio de 2010

Aquele Abraço!



O ano passado, o meu inverno foi marcado pelo abraço mais acolhedor e cheiroso que já havia recebido em toda a minha vida. Foi rápido e envergonhado. Culpa minha, claro né.
Mas se não fosse exatamente como foi, talvez não seria o melhor abraço de toda a minha vida. Precisei me situar na superficie e aprender a usar minhas pernas novamente. Posso estar sendo exagerada, mas era a aproximação que eu sempre havia desejado, só não sabia com quem isso poderia acontecer, descubri ali, naquele instante. E me dei de conta porque meu corpo desobedeceu meus comandos, pois foi tomado por uma onda de emoção tão grande, até meu coração resolveu descompassar...
É tão inexplicavel quando as coisas acontecem de repente, tanto como é descrever a sensação maravilhosa que alguns gestos e atitudes causam na gente.
Até senti meus olhos brilharem por algum tempo, e isso foi ressaltado, é claro, pelas minhas amigas. Minha cara entregava tudo, eu sabia disso.

E hoje eu tenho a sorte de ter tido essa sensação inúmeras vezes, em várias estações do ano, em vários lugares, em vários momentos, de todas as maneiras.

Abraços para se proteger do frio, para olharmos filme, abraços exagerados (aquele que eu pulo nas suas costas e quase o desmonto), abraços saudosos, abraços olhando o mar, abraços depois das brigas e desentendimentos, abraço protetor (em que minhas mãozinhas ficam em seu peito e ele me envolve me com seus braços), abraçadinhos passeando por ai, abraço para acalmar as lágrinas, abraços apertados, abraço deitadinhos...
São incontavéis.

É o melhor abraço que eu já recebi em toda a minha vida e quero receber por muito e muito tempo...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

E quando nós temos que abrir mão de quem amamos?

E eu ainda pareço escutar o barulho dos seus passinhos doces quando abro a porta, ah, eu estava tão acostumada em ser acolhida de manhã cedo por aquela criatura gentil trazendo em sua boca o seu cobertor, balançando seu rabinho felizmente e rebolando aquela bunda gorda! Era sempre na hora de eu tomar café, que eu atirava um pedacinho de pão com geléia aqui e outro ali e ele abocanhava ferozmente, sempre esfomiado esse meu fedido.
Implorava depois para abrirmos a porta para ele curtir sua manhã na pracinha aqui da frente: rolava na grama, via seus "parceiros", cheirava tudo antes de fazer coco ou xixi. Quando eu chegava da escola, ele já avistava de longe o carro e parava em frente da casa como um protetor com aquele peito largo, as patinhas gordas e pequeninhas, aquela carinha de carente e as orelhas. Aaaah! Aquelas orelhas, quantas vezes eu puxei só pra ele soltar aquele gritinho? Incontavéis vezes.
Quando eu descia do carro, as vezes devido ao meu meu humor descontava no seu desespero em pular em minhas calças limpas. Agora me arrependo disso. Mas eu sempre ficava com um peso na consciência e pedia desculpas, mesmo sem ele entender alguma coisa.
De tarde, quando eu ia tirar minha sestia, algumas vezes ele me tirou do sério choramingando, como se estivesse perguntando se tem alguém em casa, era só eu bater na janela do quarto que o choro logo passava, aah, isso sempre acontecia nas manhãs de sábado e domingo também.
Eu adorava brincar de pega pega com ele, ou seja o que for, eram os dois patetas correndo pela casa, e rodeando em volta da mesa de jantar, as vezes a mãe dava uns sermões na gente, mas continuavamos a brincar.
Ah, era tão simples eu atrair ele pra dentro de casa, era só eu me sentar no chão e bater no colo e dizer: "Vem vem", que ele vinha que nem um dragão de comodo se acomodar em minhas pernas. Ou mais simples ainda era gritar: "VEM PAPAR" que ele vinha correndo. Oh cusco bem esfomiado esse!
Tirando que ele era adorado pela vizinhança, jogava futebol com os guris, se escondia dos trovões na casa dos outros, e volta e meia estava recebendo carinho das pessoas que passavam. Mas com humildade, meu cachorro era bem lindo mesmo *_*
E ele comia até chocolate, algodão doce, chiclete. Que descolado!
Só sei que agora sinto saudades daquele fuço gelado, daquele desesperado pulando em mim, daquele sem vergonha que roubava comidas de cima de mesa e fazia xixi no chão do banheiro. Sinto saudades de levar os sermões por ele.

É foda o desapego.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

I need to get away!



Vocês talvez já tenham sentindo aquela sensação de querer sumir, fugir ou desaparecer por algum tempo. Pode ser que sua vida esteja ótima, péssima, feliz, triste. Não importa. Se você está feliz com alguém, vai querer levar essa pessoa para sumir junto com você. Ou se está insatisfeito com sua vida vai querer tirar umas férias prolongadas e adiantadas do seu cotidiano, mandar tudo pra puta que pariu e sair sem destino por aí.
Pois é pessoal, eu não sei bem como explicar isso, é tão grande e tão frequente essa minha vontade e além disso... Quero pegar a estrada em uma moto, isso mesmo, UMA MOTO! Se for uma Harley Davidson melhor (não quer nada depois). Sair sem saber pra onde ir, apenas com uma boa música e seus pensamentos, a estrada, o vento, a solidão. Apenas isso. Em alguns casos, com o seu amor do lado.
É indescritível essa vontade de fazer suas malas e fazer uma mudança para o outro lado do planeta e testar até onde vai seus conhecimentos e vontades.
Se apenas caminhar por aí, com aquele vento, aquele caminho e a solidão faz me sentir uma pessoa mais leve.
Agora só falta um café quente e um bom livro.
Ah como eu queria que desse para fazer tantas coisas ao mesmo tempo.