
O ano passado, o meu inverno foi marcado pelo abraço mais acolhedor e cheiroso que já havia recebido em toda a minha vida. Foi rápido e envergonhado. Culpa minha, claro né.
Mas se não fosse exatamente como foi, talvez não seria o melhor abraço de toda a minha vida. Precisei me situar na superficie e aprender a usar minhas pernas novamente. Posso estar sendo exagerada, mas era a aproximação que eu sempre havia desejado, só não sabia com quem isso poderia acontecer, descubri ali, naquele instante. E me dei de conta porque meu corpo desobedeceu meus comandos, pois foi tomado por uma onda de emoção tão grande, até meu coração resolveu descompassar...
É tão inexplicavel quando as coisas acontecem de repente, tanto como é descrever a sensação maravilhosa que alguns gestos e atitudes causam na gente.
Até senti meus olhos brilharem por algum tempo, e isso foi ressaltado, é claro, pelas minhas amigas. Minha cara entregava tudo, eu sabia disso.
E hoje eu tenho a sorte de ter tido essa sensação inúmeras vezes, em várias estações do ano, em vários lugares, em vários momentos, de todas as maneiras.
Abraços para se proteger do frio, para olharmos filme, abraços exagerados (aquele que eu pulo nas suas costas e quase o desmonto), abraços saudosos, abraços olhando o mar, abraços depois das brigas e desentendimentos, abraço protetor (em que minhas mãozinhas ficam em seu peito e ele me envolve me com seus braços), abraçadinhos passeando por ai, abraço para acalmar as lágrinas, abraços apertados, abraço deitadinhos...
São incontavéis.
É o melhor abraço que eu já recebi em toda a minha vida e quero receber por muito e muito tempo...